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Ministério da Saúde lança campanha para incentivar doação de leite aos prematuros

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“Seja doadora de leite materno e faça a diferença na vida de muitas crianças”. Esse é o tema da campanha nacional de incentivo à doação, lançada hoje pelo Ministério da Saúde. Ela faz parte das ações em comemoração ao Dia Mundial de Doação de Leite Humano e é direcionada aos bebês prematuros. O evento de lançamento aconteceu hoje pela manhã e contou com a presença da ministra interina da Saúde, Ana Paula Soter, e da atriz e apresentadora Maria Paula, que recebeu em 2012 o título de Embaixadora da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, devido ao seu envolvimento e dedicação à causa.


Durante o evento, a ministra interina destacou a importância dos bancos de leite para salvar a vida dos bebês prematuros e de baixo peso, que estão internados nas UTIs neonatais. “A nossa rede de banco é a maior e mais completa do mundo. Temos hoje 215 bancos de leite espalhados por todo o Brasil e cada estado tem, pelo menos, uma unidade, além dos postos de coleta”, explicou.

A meta do Ministério da Saúde é aumentar em 15% o volume do leite coletado. “Amamentar o próprio filho é um ato de amor, mas doar leite e ajudar a alimentar outros bebês é um ato de amor ainda maior. Esse gesto de solidariedade salva vidas e forma o futuro de muitas crianças”, observou. A ministra interina também destacou a importância de se fazer a coleta adequada. “Se você quer doar e tem dúvida, procure o banco de leite mais próximo ou ligue para o Disque-Saúde”, ressaltou Ana Paula.

A campanha, organizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Rede BLH, tem como objetivo aumentar o número de novas doadoras voluntárias e o volume de leite materno coletado e distribuído para os recém-nascidos, especialmente os prematuros de baixo peso internados no nas unidades de saúde. Atualmente, o volume de leite materno coletado representa de 55% a 60% da real demanda no País. De janeiro a dezembro de 2014, foram coletados, em todo o país, 184 mil litros de leite materno, beneficiando a 178 mil recém-nascidos. Ao todo, 164 mil mulheres doaram neste período. De 2008 até 2014 foi registrado aumento de 11% no volume de coletas de leite no Brasil.

“Amamentar é uma função social, um vínculo afetivo muito grande. Doar leite é que nem amor: quanto mais se dá, mais ele jorra dentro de você”, frisou a Embaixadora da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, Maria Paula, durante a cerimônia de lançamento da campanha.

Este ano, as ações marcam a comemoração dos 30 anos de Políticas Públicas dos Bancos de Leite Humano em defesa do bebê prematuro, que será o protagonista da campanha publicitária. Com duração de um ano, a campanha terá mensagens enfatizando que o leite doado serve para salvar a vida destes bebês, que não podem ser amamentados pelas próprias mães. Serão 1,2 milhão de folders e 20 mil cartazes distribuídos aos bancos de leite humano de todos os estados. Das 2,9 milhões de crianças nascidas em 2013, 11,9% foram prematuras.

O coordenador da Saúde da Criança e do Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha, lembrou que a doação de leite e o aleitamento materno contribuíram para a redução da mortalidade infantil no Brasil, sendo fundamental na diminuição de doenças infecciosas e alérgicas que afligem os bebês recém-nascidos prematuros de baixo peso. “Esta redução se deve, em muito, ao aumento da taxa de doação de leite humano”, reafirmou o coordenador.

“Estamos aqui para celebrar 30 anos de êxito em políticas públicas e sociais voltadas para o aleitamento materno e doação de leite. Nós trabalhamos, com honra, em prol do verdadeiro milagre da vida, que são os recém-nascidos prematuros e de baixo peso que não podem ser amamentados pelas mães. Esse é o Sistema Único de Saúde (SUS) que dá certo e que permite ao Brasil contar com 11 milhões de mulheres doadoras”, declarou o coordenador da rede brasileira de banco de leite humano, João Aprígio.

Benefícios
Com o leite humano, o bebê fica protegido de infecções, diarreias e alergias, cresce com mais saúde, ganha peso mais rápido, além de ficar menos tempo internado. O aleitamento materno também diminuiu o risco de doenças como hipertensão, colesterol alto, diabetes, obesidade e colesterol. A amamentação também reduz o peso da mãe mais rapidamente após o parto e ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia após o parto. As chances de se adquirir diabetes ou desenvolver câncer de mama e de ovário também diminuem significativamente.

Uma série de evidências científicas mostra que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a OMS e a UNICEF, cerca de seis milhões de crianças são salvas por ano devido ao aumento das taxas de amamentação exclusiva. Além disso, o leite materno tem tudo o que a criança precisa até os seis meses, inclusive água.

Pesquisa
Em março, foi divulgado um estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Pelotas, que acompanhou 3,5 mil recém-nascidos durante mais de três décadas. A pesquisa, feita a partir de 1982, comprova que, quanto mais duradouro o período de amamentação na infância, maiores os níveis de inteligência e renda média na vida adulta até os 30 anos. Foi o primeiro estudo no Brasil a mostrar o impacto no QI e o primeiro internacionalmente a verificar a influência na renda. O estudo foi divulgado pela The Lancet, uma das publicações científicas mais importantes do mundo.

Serviço
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano, basta estar saudável e não estar tomando nenhum medicamento que interfira na amamentação. Quem está amamentado e quer doar deve procurar o banco de leite humano mais próximo ou ligar para o Disque Saúde, no número 136. Seu gesto significa a vida para uma criança. No post anterior traz várias orientações sobre os cuidados que se deve ter para fazer a doação.

Beijos

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Fonte: Agência Saúde

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