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Atenção: o perigoso “Jogo do Desmaio”

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Não se se você já ouviu falar, mas infelizmente, algumas brincadeiras perigosas têm sido praticadas principalmente entre crianças e adolescentes. O Jogo do Desmaio é uma delas e a prática vem crescendo entre o público infanto-juvenil e, infelizmente, tem causado sérios danos e levado à morte muitos deles. No Brasil já foram registrados casos de óbitos ocasionados pelo jogo. Em outros países também, a exemplo da França e Estados Unidos.

Achei oportuno e esclarecedor trazer aqui para o blog um especialista, que tem trabalhado na prevenção e conscientização, para falar um pouco mais sobre esse perigoso Jogo do Desmaio. O médico sanitarista da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe e professor de Biologia Almir Santana é um especialista e tem feito um belo trabalho visando alertar para os riscos desse e outros tipos de brincadeiras perigosas.
De acordo com o médico, o Jogo do Desmaio consiste em cortar a passagem de ar para o cérebro, provocando o desmaio. O objetivo da prática seria a busca de uma sensação de euforia ou alucinação, como a que relatam usuários de drogas. Essa busca é típica da adolescência, que quer sempre experimentar, desafiar e pertencer a grupos e práticas em busca de recompensa subjetiva. Almir Santana conta que a prática, disseminada como inofensiva, torna-se um fator de curiosidade entre grupos, principalmente nas escolas. A experimentação ocorre em sua maioria pela pressão de amigos e sem consciência das possíveis sequelas da prática e do risco de morte.

O médico explica que desmaio forçado ocorre devido a uma hiperventilação (respiração rápida e forçada), provocando sensações de dormência, cabeça leve e euforia, seguidas de uma interrupção na respiração e, consequentemente, o desmaio. “A parada respiratória vai afetar o cérebro. Qualquer atividade que prive o cérebro de oxigênio tem potencial para causar de moderados a severos, com lesões nas células cerebrais, levando a perda temporária ou permanente das funções neurológicas, como dificuldade de concentração, perda de memória de curto prazo, até incapacidade mental permanente e morte”, alerta.

Muitos óbitos já aconteceram por causa do jogo. Nos Estados Unidos, por exemplo, o último levantamento feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontou que mais de 80 crianças e adolescentes com idade até 16 anos morreram no país por causa da brincadeira, entre os anos de 1995 e 2007. Entretanto, acredita-se que o número seja bem maior, porque muitas vezes o caso é registrado como suicídio, porque acontece quando a vítima está sozinha em casa.

Atenção dos pais
Para Almir Santana, é importante alertar os jovens e adolescentes que, quando colegas se reunirem na escola, na casa de um deles ou em outro local, com a finalidade de fazer alguma brincadeira perigosa como o Jogo do Desmaio, afastem-se e tentem mostrar que é uma ideia que pode provocar consequências ruins para a vida deles.

Além disso, é fundamental que os pais estejam atentos e possam conversar com os filhos sobre esse problema, tratando o fato como ele é: existe, é um problema, mas que pode ser evitado. “Muitos pais pensam que dialogar é só repassar informações. O diálogo às vezes vira monólogo, ou seja: o pai fala e o filho escuta, perdendo a eficácia e ficando a sensação de que ‘a conversa não adiantou nada’. Dialogar pressupõe uma participação ativa entre quem fala e quem ouve, num processo dinâmico e contínuo. Os pais devem estar atentos às mudanças comportamentais dos filhos. Devem conversar sobre as situações de risco”, ressalta.

A escola também tem papel fundamental na prevenção e combate desse tipo de brincadeira perigosa, abrindo discussões com os alunos, alertando para os riscos, ouvindo atentamente o que os jovens têm a dizer, acompanhar aqueles que já tenham participado dessas brincadeiras.

Prevenção
Há algumas semanas, o médico esteve participando, como conferencista, em Fortaleza (Ceará) do I Colóquio Internacional Sobre Brincadeiras Perigosas. Ele apresentou o trabalho que vem fazendo de prevenção e conscientização em escolas, desde que soube da existência do arriscado “Jogo do Desmaio”. O encontro teve a participação de pais de jovens e adolescentes que morreram em decorrência dessa prática tão arriscada, no Brasil e, principalmente, na França, onde o problema já é praticamente considerado uma epidemia.

O estado de Sergipe foi o primeiro a elaborar uma proposta de prevenção a essa prática tão perigosa, trabalho que foi exposto no Colóquio. Almir pretende levar o tema para o Sindicato das Escolas Particulares e para o Programa de Saúde Escolar (desenvolvido em escolas públicas). Mas ele defende um envolvimento de todos, além de pais e escola. Profissionais de saúde, especialmente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) quando são acionados para atender jovens que passaram mal quando estavam brincando em grupo, bem como os Institutos de Criminalística e de Medicina Legal, para estar mais atento a situações dessas que podem passar “apenas” como suicídio e não serem detectados com óbitos causados por brincadeiras de não oxigenação.

Vamos compartilhar esse tipo de informação, para que outros jovens não sejam vítimas e vamos estar atentos aos nossos em casa e próximos a nós.

Beijos

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