Aqui em casa, o assunto “finanças” é tratado sempre de forma aberta. Como vai nossa situação financeira é sempre conversado abertamente com as meninas, de forma que elas entendam e possam nos ajudar quando a coisa está um pouco mais apertada. Talvez (ou principalmente) pela maneira como fui criada, seja mais “simples” tratar esse tema dessa forma.
Quando a gente pode fazer ou comprar alguma coisa, fazemos ou compramos. E sempre mostrando que as coisas têm um preço, e o que custa (não só financeiramente falando, mas em esforço também) tê-las. Quando não dá, também jogamos abertamente com elas, mostrando por que a situação está um pouco mais difícil. E posso afirmar que elas são bem compreensivas nesse sentido. Às vezes até demais, só pra deixar a gente com o coração ainda mais apertado por não poder dar ou proporcionar alguns momentos a elas. Mas... isso também faz parte.
Um exemplo disso foi uma situação que aconteceu há pouco tempo. Eu e as meninas tomávamos café quando passava na televisão o comercial de um parque aquático aqui do Estado. Rebeca, ao ver a propaganda, perguntou: “Mãe, é caro ir para aí?”. Eu respondi que sim só balançando a cabeça, já pra não falar mais uma vez que era caro. Aí na hora ela abriu os olhões, baixou o queixo e disse: “Ah, não... então a gente não vai poder ir aí. É muuuuuito caro!”.
O diálogo sobre finanças e a educação financeira devem ser sempre iniciados logo com os filhos criança mesmo. E uma das maneiras mais eficazes de aprender algo é quando esse aprendizado ocorre a partir de situações reais. E com o dinheiro não poderia ser diferente, pois ele está tão presente em nosso dia a dia e sempre há alguma situação real quando podemos mostrar às crianças como lidar com ele.
Ao fazer compras, manusear cédulas, moedas e cartões de crédito ou ao receber o salário nós pais podemos mostrar o R$ à criança. Assim, aos poucos, elas aprendem para que serve o dinheiro, de onde ele vem e como se usa. As crianças mais velhas podem participar de algumas decisões da família, planejando os gastos nas férias, por exemplo, ou opinando na compra de produtos mais caros.
Escola
A escola, desde a Educação Infantil (creche e pré-escola), pode contribuir também muito nesse tema. As atividades em que a turma faz compras em feiras ou supermercados exigem organização e planejamento, ensinando a lidar com o dinheiro. A farmácia ou o supermercado de faz de conta (tipicamente atividades de leitura e escrita, utilizando embalagens vazias de medicamentos ou produtos) são muito lúdicos e podem incluir notas e moedas de brincadeira, para as operações de compra e venda, exercitando conceitos da matemática. Uma vez a turminha da minha filha mais velha na escola fez uma experiência dessa e todos se envolveram muito na atividade. Certamente são ensinamentos que ficarão para sempre na memória de cada um deles. Quando a criança já tem noção de quantidades e de números, a experiência se torna mais completa, com a possibilidade de fazer os cálculos, somando os valores e dando o troco.
Mas os aprendizados não param por aí. Quando compramos presentes para as crianças, nossas atitudes devem mostrar que eles custaram dinheiro e que o dinheiro não é ilimitado. Mesmo as famílias que dispões de mais recursos financeiros não devem presentear indiscriminadamente. Isso ajudará a criança a valorizar e usufruir o que ganham. Resistir ao “eu quero” e ao “me dá” é uma excelente forma de causar pequenas frustrações, consideradas adequadas para o desenvolvimento infantil, e muito importantes na construção de limites.
Especialistas dizem que a partir dos seis anos é interessante oferecer pequena quantia em dinheiro por semana (a semanada), que deve se transformar em mesada, mais adiante, por volta dos dez anos. Funciona muito bem para ajudar a criança e o adolescente a controlar, planejar e poupar, gerenciando seus pequenos gastos de forma cada vez mais autônoma.
É preciso ficarmos atentos ao impacto da publicidade dirigida ao público infantil, que pode ser danosa e gerar sérios desvios no comportamento de crianças e jovens. Recomendamos aos pais a difícil tarefa de estarem sempre atentos às más influências da publicidade, criticando e orientando de acordo com suas convicções.
Mas, mais que tudo isso já dito, o exemplo dos pais, também no campo financeiro, é que vai dar o norte à criança de como lidar dom o dinheiro. Ou seja, são nossos bons exemplos de uso consciente e criterioso do dinheiro que vão influenciar o comportamento de nossos filhos.
Beijos
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Com informações do Departamento Científico de Saúde Escolar da SBP