Dia desses estávamos no supermercado com as meninas e elas andando fora do carrinho. De repente, enquanto eu olhava uma mercadoria, Rebeca (que não para quieta!) encostou e desencostou rápido de um daqueles ferros que ficam em frente aos freezers. Me assustei e perguntei o que foi. A menina, que já é branca, ficou mais ainda e com uma cara de desconfiada. Batata!
- O que foi, Rebeca? Você tomou um choque?
Quando ela começa a chorar, já sei que acertei na minha pergunta. Graças a Deus não foi nada sério. E expliquei a ela o perigo que é encostar nessas prateleiras do supermercado porque têm eletricidade e o que pode causar. Desse dia para cá, sempre que passa ela pergunta: - Dá choque, mãe? E não encosta mais.
Eles são pequenos, mas já dá para a gente conversar, explicar os perigos e, principalmente, cercar de cuidados para evitar que choques elétricos atinjam nossas crianças. Infelizmente, no último ano, o número de crianças pequenas, com idade entre zero e cinco anos, que morreram em decorrência de choque elétrico aumentou mais de 50% no Brasil. Em 2014, em todo país, foram 20 mortes. Em 2015 subiu para 32. Os dados são da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).
Infelizmente, nessa faixa de idade, esse tipo de acidente, na maioria dos casos, é fatal e, geralmente, acontece em casa, onde deveriam estar mais protegidas e em segurança. Normalmente, esses acidentes acontecem motivados por tomadas sem proteção, fios desencapados, extensões, fuga de corrente em eletrodomésticos – especialmente ventiladores, geladeiras e máquinas de lavar.
A curiosidade, inerente a essa faixa etária, contribui muito para esses casos. É o dedinho que vai justamente naquela tomada que está sem proteção; a mãozinha que puxa a extensão, que encosta na geladeira, que mexe no ventilador... Como a gente está cansada de saber: Atenção nunca é demais!!!
E os especialistas alertam que esses acidentes com eletricidade são totalmente evitáveis. E uma ferramenta que poderia contribuir, e muito, para isso seria a utilização de um aparelho chamado Dispositivo Diferencial Residual (DR). Ele evita que a corrente elétrica cause dano à pessoa que tocar na eletricidade. No caso de uma criança colocando uma chave na tomada, o DR vai desligar a energia em 20 milissegundos, ou seja, não dá tempo da corrente chegar até o dedinho curioso.
DR: equipamento que poderia evitar esse tipo de acidente |
Muita gente ainda desconhece o equipamento e também o valor ainda não o ajuda a se popularizar entre a população. Seu preço médio gira em torno de R$ 150, a depender a amperagem. Mas se a gente pensar no custo/benefício...
Redução em outras faixas
Felizmente, houve queda do total de mortes por eletricidade em outras faixas etárias. Na casa dos seis aos dez anos a redução foi acentuada, de 21 para 14 mortes de 2014 para 2015. Já na faixa etária jovem da população, entre os 11 e 20 anos, houve uma queda de em média 10% de 2013 para 2015, foram 81 mortes em 2013, 73 em 2014 e 63 em 2015. Outra faixa etária campeã de mortes entre 21 e 40 anos também teve queda de 15% entre 2014 (325 mortes) e 2015 (270).
Informação e conscientização são ferramentas chave para que os cuidados sejam aumentados e os acidentes e óbitos, reduzidos. Anualmente, a Abracopel realiza o Concurso Nacional de Redação e Desenho, envolvendo escolas públicas de todo país, oferecendo premiação para os participantes que trabalharem o tema do uso seguro da eletricidade tanto em desenhos como em textos.
Esta 5ª edição do concurso já está com inscrições abertas, que seguem até
31 de agosto de 2016. Mais informações sobre como participar podem ser obtidas no site do concurso.
Beijos
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Com informações da Abracopel