No último sábado, foi aberta, em todo país, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Esse ano, havia toda uma expectativa em torno da campanha, devido aos vários casos de H1N1, especialmente na região Sudeste do país. A campanha se estende até o próximo dia 20. O blog Conversinha de Mãe faz hoje alguns esclarecimentos sobre dúvidas frequentes sobre a gripe e a vacina, a partir de informações do Departamento Cientifico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Confira a seguir:
O que é gripe?
A gripe é uma infecção viral causada pelo vírus Influenza, que se apresenta com febre, dor no corpo, dores de cabeça e sintomas respiratórios como tosse, congestão de vias aéreas e dificuldade para respirar. Os sintomas variam de leves a graves, podendo levar ao óbito, dependendo do grau de agressão do vírus e principalmente do estado imunológico, nutricional e até psicológico do paciente.
Qual a diferença entre gripe e resfriado?
O resfriado pode ser causado por vários tipos de vírus que provocam sintomas semelhantes ao da gripe, variando de leves a graves, dependendo muito do tipo de vírus agressor e principalmente do estado geral do paciente.
Não existe uma vacina específica contra resfriado, pois existem centenas de vírus diferentes que causam a doença, o que dificulta o desenvolvimento de vacinas.
Já a gripe é causada por um vírus específico, o vírus Influenza, por isso é possível combatê-lo com a vacinação. Porém, como o vírus Influenza se divide em vários subtipos (cepas) que se renovam constantemente, é necessário atualizar a vacina contra a gripe a cada ano, para que ela seja eficiente ao tipo de vírus circulante no momento.
Tanto a gripe como o resfriado são transmitidos de pessoa para pessoa por gotículas respiratórias.
Como evitar a gripe?
Além da vacina, são medidas importantes na prevenção da doença a lavagem das mãos, evitar ambientes fechados e mudanças bruscas de temperatura. Além disso, quando uma pessoa estiver gripada, é muito importante a “etiqueta” respiratória, protegendo a boca ao tossir ou espirrar, para diminuir a contaminação de outras pessoas.
A vacina protege contra todos os vírus?
No Brasil, em 2016, teremos dois tipos de vacinas da gripe, a trivalente e a tetravalente. Quem define a composição dessas vacinas é a Organização Mundial da Saúde (OMS), que faz a vigilância da gripe em todo o mundo. São 110 centros mundiais, sendo três no Brasil, que ficam acompanhando a circulação do vírus Influenza. Em determinado momento, a OMS define quais os mais prováveis de acontecer no ano e na região (no nosso caso, no hemisfério Sul). A vacina trivalente, que será a utilizada na rede pública, está programada para proteger contra os três vírus Influenza que têm a maior probabilidade de circular este ano: AH1N1, AH3N2 e B. Já a vacina tetravalente, que protegerá, além dos tipos descritos anteriormente mais um tipo B, estará disponível somente na rede particular.
Quem deve tomar a vacina?
Na campanha do Ministério da Saúde o público alvo é a população de maior risco: incluindo as crianças de seis meses até os cinco anos incompletos (quatro anos, 11 meses e 29 dias); pessoas de qualquer idade que apresentem comorbidade, isto é, alguma doença crônica como a asma, diabetes, doenças renais, entre outras; os profissionais da saúde; indígenas; gestantes e puérperas; população carcerária e os idosos acima de 60 anos.
Qualquer cidadão acima dos seis meses de idade pode tomar a vacina. As pessoas classificadas como pertencentes aos “grupos de risco” recebem gratuitamente na rede pública, os demais podem receber de modo privado.
Já está cientificamente e estatisticamente comprovado que a vacinação contra a gripe na população fora da chamada “população de risco” também é eficaz, principalmente na redução de faltas no trabalho e na escola. Por isto, muitas empresas e escolas estão investindo recursos próprios para vacinar seus funcionários e alunos.
A vacina é 100% eficaz?
Não, a eficácia da vacina depende de uma série de fatores. O primeiro deles é se os vírus que irão circular serão iguais àqueles definidos pela OMS como os mais prováveis e que a vacina está” programada” para proteger. Outros fatores importantes são a idade (em crianças e idosos a eficácia é menor) e situações de saúde que podem fazer com que a resposta imune (a criação de anticorpos pelo organismo) não seja adequada.
Entretanto, os estudos científicos e estatísticos realizados em todo o mundo documentam uma excelente relação risco/benefício. Resumindo em uma linguagem bem simples, “é melhor tomar, do que não tomar a vacina”.
A vacina pode causar eventos adversos?
Sim, como qualquer vacina, pode ocorrer dor no local da aplicação, ficar um pouco inchado, vermelho e eventualmente ocorrer febre. É importante salientar que a vacina, por ser inativada, não pode causar gripe como reação.
Quais as contraindicações?
Como regra geral, deve-se evitar aplicar qualquer vacina em pessoas que estejam com febre ou alguma doença aguda (pneumonia, infecção gastrintestinal, etc.). Assim que ocorra a resolução do processo agudo, a vacina deve ser aplicada.
Pacientes em tratamento quimioterápico para o câncer ou em uso de medicamentos imunossupressores para doenças crônicas, assim como as crianças que tiveram reação anafilática ao ovo (reação alérgica muito grave) com necessidade de atendimento de emergência, devem consultar seu médico para orientação.
Qual o esquema de utilização?
Crianças menores de nove anos que estejam fazendo a vacina pela primeira vez ou que não tenham recebido duas doses da vacina a partir de 2010 recebem duas doses, com um mês de intervalo. A dose para crianças de seis meses a 3anos de idade é 0,25mL. Para os maiores é de 0,5mL.
Beijos
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Com informações do Departamento Cientifico de Pediatria Ambulatorial da SBP