“Eu sou + 1 por um trânsito + seguro”. Esse foi o tema escolhido para a Semana Nacional do Trânsito este ano. Além de motoristas, como mães e pais esse tema nos traz o alerta para a importância de transportamos crianças de maneira correta em veículos e motocicletas. Lamentavelmente, no Brasil, o trânsito ainda é a principal causa de morte acidental de crianças e adolescentes com idade de zero a 14 anos.
Levantamento da ONG Criança Segura mostra que, no ano de 2014, foram 1.654 crianças nessa faixa etária que morreram em acidentes de trânsito. Desse total, 34% eram passageiras de veículos, 29% eram pedestres, 11% estavam em motocicletas, 6% eram ciclistas e 20% dos casos entraram na categoria “outros”.
Desde setembro de 2010, é obrigatório o transporte de crianças menores de 10 anos no banco traseiro dos veículos e em dispositivos de retenção adequados à idade (bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação) e cinto de segurança. Estudos americanos apontam que esses dispositivos, quando instalados corretamente, reduzem em até 71% os riscos de óbitos em caso de acidente. Por isso, mesmo em pequenas distâncias, o uso desse equipamento de segurança é fundamental.
O artigo 168 do Código de Trânsito Brasileiro considera infração gravíssima transportar crianças em veículo automotor fora do que estabelece as normas de segurança, com penalidade de multa e retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada. Atualmente, a multa para quem descumpre é de R$ 191,54. Mas a partir do mês de novembro pesará mais no bolso. Passará a ser de R$ 293,47.
Somente este ano, até o mês de setembro, 44 motoristas foram autuados pela Polícia Rodoviária Federal em Sergipe por estarem transportando crianças fora dos dispositivos de segurança. Durante todo ano de 2015 o número de autuações foi 146. Embora não tenha como mensurar quantas crianças ficaram acidentadas nas BRs em Sergipe porque não estavam viajando em cadeirinhas, a PRF contabilizou este ano, até o mês de setembro, 12 acidentes envolvendo crianças, com 13 crianças neles, sendo que cinco ficaram feridas. Lamentavelmente, uma veio a óbito. No ano passado foram 28 acidentes envolvendo crianças, com 31 crianças envolvidas, das quais 15 ficaram feridas.
Conscientização
Felizmente, nesses seis anos em que a utilização desses dispositivos de segurança é obrigatória, os condutores estão mais conscientes da importância de transportar as crianças de forma segura. De acordo com o chefe de Comunicação da PRF em Sergipe, inspetor Flávio Vasconcelos, é perceptível essa mudança de comportamento quanto à utilização dos dispositivos de retenção adequados para o transporte de crianças. “Muitos pais e responsáveis têm percebido que os equipamentos, além de seguros, oferecem mais conforto aos pequenos”, disse.
Por outro lado, ressaltou Vasconcelos, atitudes imprudentes como o excesso de velocidade, o desrespeito à sinalização, as ultrapassagens indevidas e dirigir sob efeito de álcool, têm contribuição direta nas causas dos acidentes. “Ou seja, não basta apenas utilizar corretamente os dispositivos de retenção (cinto de segurança, cadeirinhas, bebê conforto e assento de elevação), é preciso um comportamento defensivo e preventivo. Afinal, em uma colisão frontal entre dois veículos a mais de 80 Km/h, as chances de sobrevivência são mínimas”, alertou o inspetor.
Beijos
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