É de uma conversinha entre mães que muitas vezes surgem alguns dos textos publicados aqui e lá no blog. E foi de uma conversa com a amiga Eclair Nascimento, a mãe de Ana Júlia, quase da mesma idade que a minha Beatriz, que fiquei sabendo sobre esse jogo virtual da Baleia Azul. Isso faz uma semana. Em meio ao susto que o tema me trouxe, a certeza de que precisava compartilhá-lo com outras mães, pais, avós. Depois dessa conversa, uma avalanche de notícias sobre esse assunto surgiu na mídia.
O Blue Whale (Baleia Azul) é um jogo através de redes sociais que teria surgido na Rússia e rapidamente se espalhou pelo mundo, atraindo muitos adolescentes e jovens. Restrito a comunidades fechadas, o “jogo” propõe a seus participantes 50 desafios que precisam ser cumpridos rigorosamente, cujas tarefas precisam ser realizadas e comprovadas através de fotos e vídeos postados nesses grupos restritos. Entre esses desafios estão quase sempre tarefas arriscadas, mutilações e até mesmo a morte.
Familiares de adolescentes que enveredaram pelo Baleia Azul relatam que o caminho desse jogo é quase sempre sem volta. Isso porque os participantes são constantemente ameaçados pelos administradores desses grupos que os desafios de que estão sendo monitorados sobre onde vivem, quem são seus familiares, sua rotina, forçando a permanência dos participantes no grupo.
Algumas mortes de adolescentes estão sendo investigadas em alguns estados para saber se as vítimas foram estimuladas a tirarem a própria vida através do jogo virtual. Essa semana, em Santa Catarina, uma mãe conseguiu perceber a tempo as tentativas de suicídio do filho e, assim, conseguiu evitar o pior.
A psicóloga Fernanda Dória alerta que é muito importante os pais estarem atentos aos sinais que os filhos (geralmente adolescentes que participam desses grupos) dão de que estão passando por algum problema, como um quadro depressivo. “É muito importante o acompanhamento dos pais na vida virtual dos filhos. Procurar saber o tipo de conteúdo que eles têm acesso e dar abertura para o diálogo”, orienta.
Ela acrescenta que, geralmente, é comum esses jovens apresentarem alguns sinais de que as coisas não vão bem, como o isolamento social. Deixar de fazer atividades que antes executava com facilidade, sair com a família e amigos e ir para escola são alguns deles. A psicóloga Fernanda Dória diz que é interessante que os pais pesquisem sobre o jogo e que tentem explicar ao filho os riscos e consequências negativas em permanecer nele. “Nesse caso, um psicólogo pode auxiliar na orientação aos pais e acompanhamento da criança ou adolescente”, disse, ressaltando a importância do diálogo entre pais e filhos, para passar essa confiança aos adolescentes.
Lembrando que, para pessoas que estão passando por algum momento de dificuldade, precisando desabafar, conversar com alguém, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece um serviço gratuito, através do telefone. Basta ligar. Os números de Sergipe são: 0800-284 4456 - 3213-7601.
Beijos
Siga-nos nas redes sociais:
@conversinhademae (no Instagram)
@conversinhadmae (no Twitter)
Curta nossa página no Facebook: https://www.facebook.com/conversinhademae
Foto: Getty Imagens