Sem histórico familiar, a dona de casa Cláudia Rodrigues dos Santos, mãe de uma garotinha de sete anos, nunca imaginou que, aos 25 anos, iria descobrir um câncer de mama. Foi com muita surpresa que, há três anos ela recebeu esse diagnóstico. O início da descoberta da doença foi, ao apalpar a mama, encontrar um pequeno caroço. “Procurei o médico, fiz a retirada do nódulo, que foi para biópsia e fui diagnosticada com câncer de mama”, contou, acrescentando que depois iniciou as sessões de quimioterapia e precisou fazer a mastectomia total da mama esquerda.
Cláudia faz parte de uma estatística que tem crescido: a de mulheres jovens, abaixo dos 30 anos, que são acometidas por câncer de mama. “Até hoje eu mim pergunto porque isso aconteceu comigo, só tendo 25 anos, porque geralmente os médicos sempre diziam ser mais comum a partir dos 35 anos, mas isso está acontecendo com pessoas mais jovens”, disse. Segundo a oncologista clínica e paliatista da Clínica Oncohematos, Erijan de Andrade Morais, há estudos que relatam a incidência do câncer de mama antes dos 40 anos em torno de 7% a 10% em países desenvolvidos e cerca de 30% em países em desenvolvimento.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que, entre as mulheres, o câncer de mama é o de maior incidência, depois do câncer de pele não melanoma. A estimativa do Inca 2016/2017 aponta 57.960 casos novos em mulheres no Brasil, desses mais de 11 mil só na região Nordeste.
A médica Erijan Morais ressalta que o autoexame é importante para a detecção do câncer de mama, além de promover o autocuidado e autoconhecimento da sua mama. “Ele não substitui a mamografia anual, mas auxilia no intervalo entre mamografias. Se ocorrer alguma mudança na mama, a mulher perceberá e deverá ir ao seu médico imediatamente”, observou.
Cláudia: força e determinação para vencer o câncer |
Segundo a médica, a recomendação é que a paciente sem histórico de caso familiar de câncer de mama inicie a mamografia aos 40 anos, de acordo com a orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia e aos 50 anos pelo Ministério da Saúde. “Com histórico familiar de câncer de mama não há uma recomendação de regra. A paciente deverá ser acompanhada pelo seu mastologista e o profissional indicará o rastreamento diferenciado”, explicou. Ela acrescentou que o rastreamento do câncer de mama aumenta as chances de fazer um diagnóstico precoce e aumento das chances de cura. “Logo, deve ser realizado com precisão”.
Ela ressaltou também que o rastreamento de câncer de colo uterino deve ser iniciado, com o exame de Papanicolau aos 25 anos de idade, para as mulheres que já tiveram ou têm atividade sexual, observando que deve ser evitado antes dos 25 anos. “O rastreamento do câncer de colo de útero pode evitar que lesões precursoras cancerígenas se tornem um câncer, através de tratamento especifico. Ou detectar precocemente o câncer de colo de útero aumentando também as chances de cura. Dessa forma, câncer tem cura se detectado precocemente. Se prevenir é essencial”, frisou dra. Erijan.
Há três meses, Cláudia Rodrigues fez sua cirurgia e vai iniciar uma nova etapa, a da radioterapia. “Estou na fila de espera, mas, graças a Deus, estou aqui para contar minha vitória e ressaltar a importância do autoexame. Vamos conhecer nosso corpo mais. Quanto mais cedo descobrimos a doença, temos mais chance de cura”, ressaltou, com a experiência de quem passou por isso e hoje se diz uma pessoa muito feliz. “Levo a minha vida na leveza porque o câncer não é uma sentença de morte”, ressaltou, acrescentando que o apoio da família tem sido fundamental para vencer essa batalha.
Beijos
Siga-nos nas redes sociais:
@conversinhademae (no Instagram)
@conversinhadmae (no Twitter)
Curta nossa página no Facebook: https://www.facebook.com/conversinhademae