Tem uma frase que diz que brincadeira só é saudável quando todos os lados estão confortáveis com ela. Quando se pratica uma “brincadeira” com conotação de humilhação, intimidação, com atos de violência física e psicológica, muito provavelmente a outra pessoa esteja se sendo vítima de bullying. E, infelizmente, o ambiente escolar acaba sendo o espaço onde isso acontece muito.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019 mostrou que 23% dos escolares afirmaram que se sentiram humilhados pelos colegas duas ou mais vezes nos 30 dias anteriores à pesquisa. Entre as vítimas, o percentual das meninas superou o dos meninos, 26,5% contra 19,5%. Os três motivos mais frequentes de bullying foram aparência do corpo (16,5%), aparência do rosto (11,6%) e cor ou raça (4,6%). A PeNSE entrevistou estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.
A pesquisa apontou ainda que 12% dos estudantes ouvidos haviam praticado algum tipo de bullying contra o colega, com proporções maiores entre o sexo masculino (14,6%) do que feminino (9,5%). Proporcionalmente maior também entre os alunos de escolas privadas (13,5%) do que entre as públicas (11,8%). Por outro lado, quando perguntados se se sentiram ameaçados, ofendidos ou humilhados nas redes sociais ou aplicativos de celular nos 30 dias anteriores à pesquisa e 13,2% dos estudantes responderam positivamente. A proporção foi maior para as meninas (16,2%) do que para os meninos (10,2%). Os alunos de escolas públicas (13,5%) tinham percentuais pouco mais elevados do que os de escolas privadas (11,8%).
E este ano foi justamente o bullying a temática trabalhada no Dia Nacional de Segurança e Saúde nas Escolas, comemorado neste 10 de outubro. O assunto é muito importante de ser trabalhado com as crianças e adolescentes, que estão em fase de formação moral e intelectual, para que entendam que o respeito deve estar acima de tudo, para que possamos conviver em harmonia com as pessoas, pois somos todos diferentes uns dos outros e nem por isso isso deve ser motivo de brigas e agressões.
Intimidação sistemática, ou bullying, como é conhecido, se constitui em todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas, nos termos da referida lei.
Há quase seis anos entrou em vigor no Brasil a Lei de Combate ao Bullying, através da lei 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. A legislação tem permitido avanços no enfrentamento a esse problema que muito contribui para a evasão escolar, a criminalidade e o uso de drogas por adolescentes e jovens. No entanto, o caminho a se percorrer ainda é muito longo! Não é nada fácil lidar com a situação de quem está sofrendo bullying e as consequências podem ser muitas, se não for descoberto e tomadas providências o mais rápido possível. Por outro lado, é preciso encontrar o que leva à prática da agressão, para que também se haja uma intervenção, para tratá-la. Não é uma situação fácil, mas a escola e nós, enquanto mães e pais, precisamos estar atentos para perceber se nossos pequenos estão sendo vítimas ou praticando bullying.
Vocês já passaram por alguma situação desse tipo?
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Imagem:Strombetta92 por Pixabay