Quando falamos de finanças para os casais, é importante cuidado para evitar brigas, pois é muito comum. Para se ter ideia, pesquisa do SPC Brasil aponta que 16,7% dos brasileiros casados afirmam que a maneira como eles gastam o próprio dinheiro é motivo de briga dentro de casa. Assim, a primeira dica é sempre muito diálogo. O mais adequado é construir um orçamento familiar. A partir deste momento, deve haver a definição de quem paga o quê. É possível ter uma conta conjunta para que esses compromissos sejam pagos.
Porém, é essencial avaliar a possibilidade de cada um ter sua conta corrente, para questões relacionadas a pagamentos, definindo os limites, pois cada um pode ter seus próprios gastos. Já quando o assunto é investimento se faz em conjunto, se poupa mais dinheiro e obtém melhores resultados.
Outro ponto que deve ser tratado de forma diferenciada é em relação à aposentadoria. Esse investimento deve ser para cada um, lembrando que, quem não construir sua aposentadoria, um dia, terá que pedir dinheiro para alguém, certo? O segredo, então, é colocar tudo na mesa, nunca esquecendo que o assunto mais importante a ser conversado não são as despesas, e sim os sonhos e desejos individuais e coletivos. É muito comum os sonhos serem deixados de lado, mas, acredite, esse é o erro capital de milhões de casais.
É importante estar atento, colocando sempre, no mínimo, três sonhos – curto (até um ano), médio (de um a dez) e longo prazo (acima de dez anos) –, todos acompanhados de informações básicas, como quanto custa, quanto será guardado e em quanto tempo se pretende realizar. Caso contrário, não serão sonhos, e sim verdadeiros pesadelos para os casais, podendo “esfriar o relacionamento”.
É preciso reforçar que, mesmo tendo contas separadas, quando se opta pelo casamento, é preciso não discriminar quem ganha mais ou menos. Trata-se de uma família e, neste caso, a receita deve ser pensada e somada para todos que dela participam. Assim, se deve definir um limite de gasto para cada um e fazer com que ele seja respeitado. Caso isso não ocorra, deverá ser motivo de diálogo.
Veja algumas orientações:
- Reuniões frequentes entre o casal para debater as finanças, porém, diferente do que ocorre frequentemente, esse não deve ser um momento apenas de tensão, mas sim de projeção;
- Estabeleçam sempre sonhos de curto, médio e longo prazo, lembrando que também se deve ter objetivos coletivos e individuais;
- Um ponto que geralmente é foco de divergências é o padrão de vida que o casal leva, assim, faça um diagnóstico financeiro e, com os números reais da vida financeira, ajuste o padrão dentro dessa lógica;
- Outro motivo de briga é o fato de um dos parceiros ser mais acomodado. É importante entender que cada um possui um estilo, assim, recomendo a busca de um meio termo, com regras bem estabelecidas e não ficar batendo sempre na mesma tecla;
- O ponto fundamental é que, quando só um dos parceiros trabalha externo, também deve se ter a preocupação com a vida financeira em longo prazo, no caso aposentadoria;
- Caso tenham filhos, é preciso inclui-los na conversa sobre dinheiro e, mais do que isso, também devem chegar a um acordo sobre como será a educação deles em relação ao dinheiro;
- Se um dos parceiros fez alguma ação errada em relação ao dinheiro, lógico que haverá um nervosismo inicial, por isso, tente deixar o debate para um momento no qual já conseguiu se acalmar um pouco e refletir sobre o ocorrido. Contudo, não finja que nada ocorreu, guardar pode causar “estouros” futuros;
- Lembrem-se, é nas dificuldades que vemos com quem realmente podemos contar. Assim, em caso de crise financeira, em vez do distanciamento, o ideal é buscar estar mais perto de quem gostamos.
Beijos
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Fonte: Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), autor de livros como “Terapia Financeira”, “Papo Empreendedor”, “Eu mereço ter dinheiro”, “Livre-se das Dívidas”, “Ter Dinheiro Não Tem Segredo” e das coleções infantis “O Menino do Dinheiro” e “O Menino e o Dinheiro”.