Com a proximidade da volta às aulas, alguns pais acabam lembrando da necessidade de observar se está tudo bem com a saúde dos olhos dos filhos. Assim como a gente aproveita esse período de férias para um check-up médico e odontológico, é bom também colocar na listinha de prioridades uma visita ao oftalmologista, mesmo que a criança não apresente nenhum problema aparente.
Em alguns casos, elas dão alguns sinais de que algo pode não estar bem com seus olhinhos. Mas nem sempre isso é tão perceptível. Por isso é imprescindível atenção redobrada tanto dos pais como das pessoas que estão mais perto da criança, como professores ou avós, tios, babás, para que, se houver algo, seja detectado logo no início. Uma boa visão é fundamental para o desenvolvimento dos pequenos e, no caso daqueles que já estão na escola, para que não traga prejuízos ao aprendizado.
Para esclarecer algumas dúvidas e dar algumas orientações, o Conversinha de Mãe entrevistou a médica especialista em Oftalmologia Pediátrica, Catarata Congênita e Estrabismo, Lusa Reis. Ela esclarece que não existe uma frequência exata para que os pais levem as crianças ao oftalmologista. Isso vai depender da existência ou não de alguma doença oftalmológica na criança. Para aquelas que tiveram seu último exame normal, a orientação é um retorno anual.
“O que percebo no dia a dia é que alguns pais são fiéis ao retorno. Outros, nem tanto. Então, estabelecemos um prazo padrão para que mesmo aqueles ‘atrasados’ não sejam tão prejudicados com isso”, disse. No entanto, se a criança apresenta algum problema como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou estrabismo os retornos têm que ser mais frequentes: a cada dois, três ou seis meses, dependendo de cada caso.
Primeira consulta
A médica observa que é importante que a primeira consulta oftalmológica da criança seja ainda na maternidade ou até o primeiro mês de vida do bebê, nos consultórios oftalmológicos, para que ele seja submetido ao Teste do Olhinho ou Teste do Reflexo Vermelho. “Após esse teste deve ter outra consulta com oftalmologista especialista em crianças com seis meses a um ano, depois com três a cinco anos e depois dos sete anos anualmente, supondo que todas as avaliações foram normais”, esclareceu.
Se esses prazos de ida ao oftalmopediatra forem seguidos, não há necessidade de levar os pequenos ao médico para uma revisão de volta às aulas, pois a criança estará com certa segurança de ter algum probleminha nos olhos diagnosticados precocemente. “Ou seja, não precisa esperar o início das aulas para ir ao oftalmologista. Esse acompanhamento deve ser feito durante toda vida, e com especial cuidado na primeira e segunda infância (dos zero aos sete anos). No período da alfabetização a exigência visual se torna maior, então, se os pais ainda não levaram seus filhos em consulta antes, esse período é momento”, observou Lusa.
Consequências
Os problemas de visão podem causar algumas dificuldades no aprendizado. A criança que não vê bem pode ter prejuízos em vários âmbitos da vida, além do aprendizado. A depender do grau de baixa visual a criança pode até ter seu desenvolvimento neuropsicomotor atrasado. “Como diz o filósofo: ‘Os olhos são a janela da alma e o espelho do mundo’. Ele não estava errado, pois realmente é através da nossa visão que recebemos todo aprendizado de vida e com isso expressamos através de atos e pensamentos”, destacou.
A boa notícia é que as doenças que causam cegueira são raras na infância. Lusa disse que, dentre as doenças raras, mas que podem causar baixa visual, destacam-se a desnutrição (principalmente deficiência de vitamina A), catarata congênita, glaucoma congênito, opacidades de córnea causada por ulceras decorrentes de conjuntivite bacterianas, retinopatia da prematuridade e cicatrizes na retina. Por isso é tão importante esse acompanhamento oftalmológico desde a primeira infância.
Beijos
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