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O papel da escola no desenvolvimento emocional do aluno

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Você já ouviu falar em inteligência emocional? Essas duas palavrinhas são a capacidade que todos nós temos de reconhecer, avaliar e regular os nossos próprios sentimentos e também de reconhecer, no outro, essas emoções. Não é algo fácil de se fazer, nem mesmo para um adulto, mas como será possível trabalhar isso já durante a infância? Essa é uma abordagem que vem sendo feita nas escolas e tem ajudado bastante no desenvolvimento emocional dos alunos, já a partir da educação infantil.

A psicóloga Kennya Lima desenvolve um projeto na área há dois anos, na escola de educação infantil Bebê & Cia, com aproximadamente 99 alunos de 2 a 5 anos de idade. Ela fala que muitas escolas têm investido em desenvolver a inteligência emocional da criança. “Ela é uma das inteligências que têm o poder de influenciar todas as outras. Nós temos a inteligência da linguística, a inteligência lógico matemática, e todas elas são baseadas nas habilidades que a pessoa naturalmente tem, e uma das sete inteligências é a emocional e os estudos vêm mostrando o quanto que esta influencia todas as outras”.

É com base nesses estudos que ela começou um trabalho específico sobre a inteligência emocional. “Na infância isso ainda está em desenvolvimento, eles ainda tem um sistema emocional muito imaturo. Essa capacidade é mais desenvolvida quando eles vão crescendo, a capacidade de empatia, de se colocar no lugar do outro, de entender o que o outro está sentindo. É muito bom quando a gente trabalha as emoções porque é dali que a gente vai criando as bases sólidas para que ele desenvolva essa inteligência emocional pelo caminho da assertividade. A gente começa esse trabalho mais cedo, muito apropriado para eles que já têm capacidade cognitiva de compreender”, explica.

Ela também fala que para trabalhar com crianças a partir dos 2 anos de idade as atividades são bem lúdicas e divertidas. “Com os pequenininhos eu trabalho a identificação da emoção, mostrando o rosto humano. Então pergunto: qual é a emoção que essa pessoa está sentindo? E aí eles falam: (sorriso), muitas vezes eles trazem o comportamento, a expressão  e não a emoção, - ahh o sorriso é o comportamento quando ele está alegre, mas qual é o nome da emoção? - (ahh felicidade, alegria)”. Kennya completa dizendo que no decorrer das atividades elas vão fazendo a identificação dos sentimentos, para depois conseguir nomear e entender a própria emoção, porque muitas vezes a criança não consegue entender o que está sentindo, ela simplesmente sente.

O trabalho é desenvolvido em conjunto com os professores e tem a participação dos pais que acompanham esse processo de entendimento das emoções durante os encontros que ela organiza na escola. Nesses encontros são discutidos temas relevantes, como a regulação emocional, comportamental, crenças e como o comportamento familiar influencia nas emoções. Ou seja, os pais também são fundamentais nesse processo.

Mas o trabalho já pode começar bem mais cedo, com crianças na faixa etária de um ano de idade. Nessa fase, o trabalho é focado nas professoras que cuidam desses alunos.  “Eu oriento a equipe a como estar regulando essa emoção das crianças, como colocar as emoções para criança, não colocando elas como inadequadas, como feias, não colocar o choro como algo feio, a raiva como algo feio, e, sim, como algo que faz parte do ser humano, e que a gente só precisa regular, na forma que a gente vai expressar. Todas as tias participam desde o berçário, onde elas já têm esse treinamento de como trabalhar essa regulação emocional”.

Na escola o trabalho ganhou o nome de ABC das Emoções, trabalhando três elementos, que são os pensamentos, a emoção e o comportamento. “A emoção envolve situações, envolve o outro, a gente trabalhando essa inteligência nessa faixa etária vai trabalhando essa comunicação para expressar emoções através da fala e, naturalmente, a relação humana", finaliza Kennya.


Beijos

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